Pela primeira vez, um partido político brasileiro apresenta em rede nacional uma campanha produzida integralmente com inteligência artificial. Com o slogan “Partido do Bem”, o Cidadania lançou seus vídeos institucionais nos últimos dias 25 e 27, abordando temas como direitos fundamentais, participação política das mulheres, ética e inovação.
Além da mensagem, o que chama atenção é a forma: todo o conteúdo audiovisual foi gerado por IA, (assista no final) desde o roteiro até a criação dos personagens que aparecem nas cenas. A iniciativa levanta questões relevantes sobre os caminhos da tecnologia na política e acende o alerta para a necessidade de uma regulamentação clara e democrática.
Por que o Cidadania decidiu usar IA para construir sua campanha? 5j6v3o
Segundo o presidente nacional do partido, Comte Bittencourt, a intenção é mostrar que a política precisa estar sintonizada com os desafios do presente e do futuro. O uso de inteligência artificial não foi apenas estético, mas também simbólico: representa uma aposta na inovação tecnológica como parte do processo democrático.
“Todo o conteúdo foi concebido, roteirizado e finalizado com o uso de IA – inclusive os personagens que aparecem em cena foram gerados por esse recurso”, afirmou Comte. A escolha também busca provocar reflexão sobre os limites e possibilidades da IA em contextos eleitorais, especialmente diante das eleições de 2026.
O que dizem os vídeos produzidos pelo partido? 6en4j
Os vídeos abordam de maneira direta os anseios da população. Em um deles, é feita a pergunta: “Saúde para todos, educação de qualidade, segurança, trabalho digno, respeito, amor e liberdade. É pedir demais?”. A proposta é convidar o público a refletir sobre valores essenciais da vida em sociedade.
Outro vídeo foca na participação das mulheres na política, reforçando que “mulher na política não é favor; é direito”. A peça também convoca as mulheres a se unirem em torno de transformações estruturais.
O partido defende que é preciso reunir as “forças do bem” e construir um projeto político comprometido com os direitos fundamentais, a igualdade de oportunidades e a democracia real.
Qual é o impacto dessa iniciativa para o futuro das campanhas eleitorais? 1t2626
Ao apostar na IA para uma campanha em cadeia nacional, o Cidadania lança luz sobre um tema que ainda está em construção no Brasil: a regulamentação do uso da inteligência artificial em campanhas políticas.
Comte Bittencourt ressalta que é preciso discutir não apenas a produção de conteúdo por IA, mas também a forma como algoritmos e dados do eleitor podem ser utilizados – ou manipulados – para influenciar decisões nas urnas.
O debate ganha relevância num contexto global em que deepfakes, bots e perfis falsos já têm sido usados para desinformar ou manipular o público. O uso responsável e transparente da IA se tornou uma exigência ética, e não apenas técnica.
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Sobre o autor 3ap3j
Ramon Flaubert Macedo, jornalista e pedagogo, atua há mais de uma década nas áreas da comunicação e educação no Tocantins. É fundador do Jornal Sou de Palmas e atualmente é pós-graduando em Inteligência Artificial e Big Data, além de possuir capacitações complementares em IA Generativa, Deep Learning e Marketing Digital.
