Os resultados foram divulgados pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional (IEA) e marcam a primeira participação do Brasil no exame que ocorre a cada quatro anos desde 1995. No contexto global, o desempenho dos alunos brasileiros de 9 anos colocou o país apenas à frente de Marrocos, Kuwait e África do Sul, com uma média de 400 pontos, significativamente abaixo da média de 503 pontos dos demais países.
Ernesto Martins Faria, diretor-executivo do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Iede) e especialista em políticas públicas educacionais, destacou a necessidade de aumentar a exigência nas avaliações nacionais para alcançar padrões internacionais mais complexos, como os do Timss, que já mostram disparidades significativas a partir do 8º ano. Neste nível, 62% dos estudantes brasileiros não conseguem calcular dimensões simples de figuras geométricas ou interpretar informações em gráficos.
Além da matemática, a situação não é muito melhor em ciências, com 39% dos alunos do 4º ano e 42% do 8º ano também abaixo do nível intermediário, lutando com conceitos básicos de biologia, física e química. O especialista ressaltou que problemas como a baixa familiaridade com conceitos numéricos e a desvalorização da carreira docente no país contribuem para essa situação, juntamente com desafios estruturais e socioeconômicos de longa data.