O Ministério Público do Tocantins (MPTO) lançou, nesta segunda-feira (2), o sistema Contra Fogo, uma plataforma inovadora de monitoramento em tempo real e combate a queimadas ilegais em todo o território estadual. Desenvolvido pelo Centro de Apoio Operacional de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente (Caoma), o sistema utiliza dados de satélite e cruzamento de informações para identificar focos de calor e fortalecer a resposta rápida de instituições de fiscalização e controle.
Integrado ao Radar Ambiental do MPTO, o Contra Fogo opera como um centro de inteligência, combinando imagens de satélites da Nasa, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do sistema SigCAR. A plataforma está disponível ao público no site oficial do MPTO e é parte das ações conjuntas com o programa estadual Foco no Fogo, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).
Durante o lançamento, foram firmados protocolos de intenção com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e a Energisa. A ferramenta permitirá, por exemplo, o envio de alerta em tempo real via WhatsApp para gestores públicos, brigadistas e produtores rurais, possibilitando a atuação ainda nas fases iniciais dos incêndios.
Vigilância em tempo real e resposta imediata
A grande inovação do Contra Fogo está em sua capacidade de monitoramento quase instantâneo. Os satélites varrem o território várias vezes ao dia, identificando focos de calor e permitindo acompanhar a evolução das queimadas por até sete dias. Isso representa um avanço em relação ao antigo de Monitoramento de Queimadas, que mostrava apenas áreas já atingidas pelo fogo.
“O sistema nos permite identificar a origem do fogo, monitorar sua trajetória e acionar os órgãos responsáveis de forma rápida e precisa”, explicou o promotor de Justiça Saulo Vinhal, coordenador do Caoma e do Gaema.
Histórico, responsabilização e áreas de risco
Além do monitoramento em tempo real, o Contra Fogo está estruturado para construir um banco de dados histórico robusto, que servirá como base para ações civis, criminais e istrativas. O cruzamento dos focos de calor com o CAR permitirá identificar se o uso do fogo era autorizado ou ilegal, e reconhecer áreas reincidentes, inclusive determinando a origem de incêndios de grande porte.
O sistema também identificará áreas sensíveis, como unidades de conservação, terras indígenas e redes de energia elétrica, para apoiar ações preventivas em zonas de maior risco.
Ferramentas para a sociedade
A plataforma também permitirá que proprietários rurais sejam notificados sobre focos próximos às suas terras e, futuramente, possam registrar ocorrências diretamente no sistema. A proposta é ampliar o alcance da prevenção e democratizar o o às informações ambientais.
“O Contra Fogo transforma dados em ação e tecnologia em cuidado com o meio ambiente”, afirmou o procurador-geral de Justiça, Abel Andrade Leal Júnior.
Ano mais crítico para queimadas
O lançamento do sistema ocorre em um cenário alarmante: 2024 já é o ano com maior devastação por queimadas no Tocantins desde 2020, com mais de 3 milhões de hectares atingidos entre julho e outubro quase 30% da área queimada nos últimos cinco anos.
Tem algo para contar? 🚨 Sua história pode virar notícia! Fale com a nossa redação pelo WhatsApp (63) 9 9274-5503 ou envie um e-mail para [email protected]
