Nesta quinta-feira, a Igreja Católica viveu um momento histórico: pela primeira vez, um papa nascido nos Estados Unidos foi eleito. O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, poliglota, discreto e experiente, foi escolhido como o novo líder da Igreja, sucedendo o carismático Papa Francisco. Com raízes em Chicago, Prevost construiu sua trajetória muito além das fronteiras norte-americanas — e é justamente essa experiência internacional que agora o coloca no centro do catolicismo global.
Um papa de Chicago para o mundo 4b3t5n
Apesar de ter nascido em solo americano, Prevost ou boa parte da vida longe dos EUA. Ele serviu por mais de 20 anos no Peru, onde não apenas atuou como missionário e bispo, mas também se tornou cidadão naturalizado. Antes de ser chamado a Roma para liderar um dos escritórios mais poderosos do Vaticano, responsável por nomear e supervisionar bispos, Prevost foi líder internacional da ordem dos agostinianos. Ele fala fluentemente espanhol e italiano, além do inglês natal.
Seu amigo e colega, o padre Michele Falcone, descreve Prevost como o “meio-termo digno”, capaz de equilibrar as disputas internas entre alas progressistas e conservadoras. Embora compartilhe com Francisco o compromisso com os pobres, os migrantes e os marginalizados, Prevost tem um estilo mais contido e reservado. Como disse Falcone, “abençoar bebês, sim; pegá-los no colo, não”.
Compromisso pastoral e pontos de tensão 185k6i
Prevost sempre destacou a importância da humildade no papel pastoral. Em entrevistas recentes, chegou a dizer que o bispo “não deve ser um pequeno príncipe em seu reino”, mas sim alguém próximo do povo, caminhando e sofrendo com ele. Ele também é conhecido por defender o processo consultivo que Francisco iniciou, abrindo espaço para que leigos se expressem dentro da Igreja.
No entanto, quando se trata de questões como a inclusão LGBTQIA+, Prevost adota uma postura mais conservadora. Em discursos ados, ele lamentou o que chamou de “simpatia” da mídia e da cultura popular por estilos de vida contrários ao evangelho, incluindo relações entre pessoas do mesmo sexo. Como bispo no Peru, também se opôs publicamente a políticas de ensino sobre gênero nas escolas.
Pontos polêmicos no histórico 3u4k21
Apesar do prestígio, Prevost não chega ao trono papal sem críticas. No Peru, ativistas e vítimas de abuso sexual afirmam que ele teria conduzido mal investigações de padres acusados, permitindo que alguns continuassem celebrando missas. Em Chicago, organizações civis apontam que, enquanto chefe regional dos agostinianos, Prevost não teria alertado uma escola católica próxima a um mosteiro sobre a presença de um padre acusado de abusos. Seus apoiadores afirmam que parte dessas denúncias é alimentada por setores que resistiram a reformas promovidas tanto por ele quanto por Francisco.
Tentativas da imprensa de ouvir diretamente Prevost não tiveram resposta até o momento. Seus amigos descrevem o novo papa como alguém cuidadoso nas palavras, diferente do estilo espontâneo de Francisco. “Ele se contém um pouco mais”, afirma o padre Alejandro Moral Antón, seu sucessor na liderança dos agostinianos.
O que esperar do novo papado? 2s4k5q
O cardeal Prevost chega ao papado cercado de expectativas: será ele um continuador da agenda de Francisco ou um articulador de retorno a doutrinas mais tradicionais? Analistas, como Marco Politi, destacam que, não fosse sua nacionalidade americana — algo historicamente raro no papado —, Prevost já seria considerado há tempos um dos “pontificáveis” naturais, por seu currículo e influência.
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