O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta terça-feira (25), um acordo para a produção em larga escala da primeira vacina totalmente nacional e de dose única contra a dengue. O evento, realizado no Palácio do Planalto, contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e outras autoridades do setor de saúde.
A iniciativa faz parte da estratégia do Governo Federal para fortalecer a indústria brasileira e garantir mais autonomia na produção de imunizantes. Com isso, a partir de 2026, serão ofertadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação conforme a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS).
A produção da vacina será realizada pelo Instituto Butantan, em parceria com a empresa WuXi Biologics, dentro do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) do Ministério da Saúde. O projeto já foi aprovado e está na fase final de desenvolvimento tecnológico.
O presidente Lula destacou a importância do avanço no combate à dengue no Brasil. “Essa vacina representa um salto na proteção da população e no fortalecimento da nossa capacidade produtiva. Com ela, o Brasil deixa de depender de importações e a a oferecer um imunizante nacional para milhões de brasileiros”, afirmou.
Capacidade de produção será ampliada em 50 vezes
A combinação da expertise do Instituto Butantan e da WuXi Biologics permitirá expandir a vacinação contra a dengue no Brasil de maneira expressiva. Segundo o Governo Federal, a capacidade produtiva do imunizante crescerá 50 vezes com essa nova estrutura.
Além disso, o projeto tem e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o financiamento da pesquisa clínica e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a análise do pedido de registro. O público-alvo inicial do Programa Nacional de Imunizações (PNI) será a população de dois a 59 anos, entre os anos de 2026 e 2027.
A vacina será distribuída gratuitamente pelo SUS, e o Governo Federal investirá R$ 1,26 bilhão na parceria, com recursos do Novo PAC para fortalecer a infraestrutura do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
Medidas de prevenção continuam sendo essenciais
Embora a vacinação seja um avanço significativo no combate à dengue, as ações de prevenção e vigilância continuam sendo fundamentais para conter a disseminação do vírus. O Ministério da Saúde reforça que a eliminação dos criadouros do Aedes aegypti, a identificação precoce de surtos e o o rápido ao atendimento médico ainda são as melhores formas de reduzir os casos graves e evitar mortes.
O Governo Federal já investe em outras tecnologias inovadoras, como o método Wolbachia e as Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), que ajudam a reduzir a proliferação do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika.
Outras parcerias estratégicas para a saúde pública
Durante o evento, também foram anunciadas três parcerias público-privadas para ampliar o o da população a novas tecnologias de saúde:
✅ Produção nacional de insulina – A primeira planta produtiva de IFA de insulina na América Latina será implantada no Ceará, garantindo maior autonomia ao Brasil na fabricação do medicamento essencial para o tratamento de diabetes.
✅ Vacina nacional contra gripe aviária – O Brasil entrará na vanguarda global ao desenvolver um imunizante próprio contra a Influenza H5N8, fortalecendo a resposta a futuras emergências sanitárias.
✅ Vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) – A parceria entre o Instituto Butantan e a Pfizer permitirá a produção de até 8 milhões de doses anuais para atender à demanda do SUS, especialmente para idosos e grupos vulneráveis. O investimento total será de R$ 1,26 bilhão até 2027.
