O Ministério da Saúde iniciou uma campanha nacional para resgatar adolescentes de 15 a 19 anos que não foram vacinados contra o HPV, vírus responsável por quase 100% dos casos de câncer do colo do útero. Estima-se que pelo menos 7 milhões de jovens nessa faixa etária estejam sem a imunização, aumentando o risco de infecção e desenvolvimento de câncer no útero, ânus, pênis, vagina e garganta.
A campanha foca em 121 municípios com as piores coberturas vacinais, onde vivem cerca de 3 milhões de adolescentes que ainda não tomaram a vacina. A meta do governo federal é vacinar 90% desse público, garantindo proteção contra os quatro subtipos do vírus mais associados ao câncer e a verrugas genitais.
Vacinação contra HPV: segurança e eficácia 3c4zh
A vacina contra o HPV é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos, com maior eficácia antes do início da vida sexual. Desde abril de 2023, o esquema vacinal ou a ser de dose única, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A consultora médica da Fundação do Câncer, Flavia Correa, alerta que mesmo quem já teve contato com algum subtipo do vírus pode se beneficiar da vacinação. “A vacina protege contra quatro tipos de HPV. Então, mesmo que a pessoa tenha sido exposta a um deles, pode não ter tido contato com os outros”, explica.
Flavia lembra que, quando o Brasil introduziu a vacina em 2014, a adesão à primeira dose foi excelente, chegando a quase 100%. No entanto, a segunda dose sofreu forte queda, resultado de desinformação e fake news sobre a segurança do imunizante. “Depois disso, com a pandemia de Covid-19, a cobertura vacinal despencou. Agora é o momento de recuperar essas taxas para evitar o câncer de colo do útero e outras doenças associadas ao HPV”, acrescenta.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra o HPV é extremamente segura e eficaz, com mais de 500 milhões de doses aplicadas no mundo. Nos países que adotaram a imunização há mais tempo, houve uma redução significativa da infecção pelo HPV e da incidência de câncer do colo do útero.
Estratégias para ampliar a vacinação 2a5c54
Para atingir a meta da campanha, o Ministério da Saúde está recomendando aos estados e municípios a realização da vacinação fora das unidades de saúde, em locais como escolas, shoppings e outros espaços de grande circulação.
Estados com baixa cobertura já podem solicitar doses extras da vacina, que serão adquiridas e distribuídas pelo governo federal. Além disso, mesmo quem não tem certeza se já tomou a vacina deve se imunizar por precaução.
A vacinação de rotina para adolescentes de 9 a 14 anos continua normalmente em todo o país. A única contraindicação é para gestantes e pessoas com hipersensibilidade grave ou alergia à levedura.
