O Piauí tem se destacado no cenário educacional brasileiro por um motivo inusitado: a inteligência artificial (IA). O estado, que antes não figurava entre os principais polos tecnológicos do país, agora desponta como referência no ensino da tecnologia, alcançando marcas impressionantes na Olimpíada Nacional de Inteligência Artificial (ONIA) e sendo reconhecido internacionalmente pela Unesco. Mas como essa transformação aconteceu?
Por que os estudantes do Piauí se destacaram na Olimpíada Nacional de Inteligência Artificial? 501ps
Com 1.010 estudantes classificados para a terceira fase da ONIA, o Piauí demonstrou um desempenho excepcional, superando estados tradicionalmente mais estruturados na área de tecnologia, como Ceará, São Paulo e Minas Gerais. O estado ficou atrás apenas do Paraná, que registrou 1.332 classificados, mas lidera proporcionalmente em relação ao número de inscritos.
No total, 99.882 estudantes piauienses participaram da competição, com 22.682 avançando para a segunda etapa e 1.010 chegando à terceira fase. Esse crescimento expressivo no ensino da IA está diretamente ligado à inclusão da disciplina no currículo da rede estadual de ensino, uma decisão que tem transformado a realidade dos alunos.
Como a inteligência artificial entrou no currículo escolar do Piauí? 155i63
Em 2024, o Piauí foi reconhecido pela Unesco como o primeiro território das Américas a incluir a disciplina de inteligência artificial na Educação Básica. Atualmente, mais de 120 mil alunos da rede estadual estudam IA, que se tornou obrigatória no 9º ano do Ensino Fundamental e em todas as séries do Ensino Médio.
O secretário de Educação do estado, Washington Bandeira, destaca que essa mudança colocou a educação piauiense como um case internacional de inovação. Segundo ele, o resultado da ONIA mostra que os alunos, quando têm o a oportunidades, podem competir em pé de igualdade com qualquer estudante do Brasil e do mundo.
Como a formação em IA tem impactado a preparação dos estudantes? 505f12
A inclusão da inteligência artificial no currículo escolar permitiu que os estudantes tivessem contato direto com programação, análise de dados e raciocínio lógico desde cedo. Esse aprendizado se reflete na preparação para competições como a ONIA.
Para o professor David Abreu, do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Cristino Castelo Branco, a estrutura curricular fortalece os alunos para desafios práticos:
“Os estudantes aram a aprofundar seus conhecimentos e a Olimpíada tem sido uma oportunidade para aplicar esse aprendizado em desafios reais e inovadores.”
A experiência tem sido enriquecedora para alunos como Meriely dos Santos, do Ceti Paulo Freire, em Guaribas. Para ela, a competição representa mais do que um desafio acadêmico:
“Isso mostra que, mesmo sendo de uma cidade pequena, temos potencial para aprender e inovar na área da tecnologia. Aprender sobre IA na escola nos prepara para o futuro. Muitas profissões estão mudando e entender como a Inteligência Artificial funciona nos dá mais oportunidades.”
Quais são os próximos desafios dos alunos piauienses? 2h6o6x
A terceira fase da ONIA ocorrerá entre 10 e 17 de março, sendo a última etapa antes da International Olympiad in Artificial Intelligence (IOAI), que será realizada em Pequim, na China, em agosto. Nesta fase, os alunos enfrentarão provas objetivas e desafios práticos, envolvendo programação e análise de dados.
Se o desempenho dos estudantes piauienses continuar nesse ritmo, é possível que o estado também tenha um grande número de classificados para a competição internacional, consolidando ainda mais seu protagonismo na educação tecnológica.
“O Piauí se firma como protagonista na educação tecnológica, preparando seus alunos para desafios nacionais e internacionais, e consolidando seu papel de vanguarda no ensino de inteligência artificial no Brasil e no mundo”, reafirmou o secretário Washington Bandeira.
Sobre o autor 3ap3j
Ramon Flaubert Macedo, jornalista e pedagogo, atua há mais de uma década nas áreas da comunicação e educação no Tocantins. É fundador do Jornal Sou de Palmas e atualmente é pós-graduando em Inteligência Artificial e Big Data, além de possuir capacitações complementares em IA Generativa, Deep Learning e Marketing Digital.
